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sexta-feira, 11 de junho de 2010

PEDRO UCZAI TEM DÚVIDAS QUANTO À VIABILIDADE DA FERROVIA DE LAGES ATÉ IMBITUBA

Entidades como ACIL, Câmara de Vereadores de Lages, Instituto Nereu Ramos, Amures, Uveres e a Frente Parlamentar das Ferrovias da Assembleia Legislativa realizaram ontem à noite (10/06), no plenário da Câmara de Lages, uma Audiência Pública para debater os projetos existentes de ferrovias para Santa Catarina e também a viabilidade da implantação de um novo traçado, ligando Lages ao porto de Imbituba, no Sul do Estado, um projeto que começa agora a ser desenhado e defendido por entidades como ACIL, Codesc e pelo projeto Lages do Amanhã.

MENOS DE 50 PESSOAS

Além de representantes das entidades locais, participou da Audiência o deputado estadual Pedro Uczai (PT), presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, um profundo conhecedor e estudioso do assunto. Pouco antes da audiência, para a imprensa, ele confessou desconhecer o projeto de Lages até o Porto de Imbituba, que seria apresentado pouco depois. E que tinha grandes dúvidas de sua viabilidade. Um fato negativo que chamou atenção na audiência foi a baixa participação de lideranças políticas e empresariais (tinha menos de 50 pessoas no evento).

O deputado entende que não há como o país continuar crescendo a índices de 5 a 6% ao ano se não investir pesado em infra-estrutura e tecnologia. "E o transporte por via férrea é mais econômico, ambientalmente mais sustentável, seguro e ideal para o transporte de cargas e inclusive pessoas a longas distâncias", enfatizou. "Temos de assegurar para o país estruturas de transporte diferenciadas, construindo intermodais que pressupõem a integração entre os transportes rodoviários, ferroviários, aéreos, hidroviários e marítimos", enfatizou.

TRÊS PROJETOS DE FERROVIAS PARA SC

Uczai apresentou em seguida os estudos e o andamento das tratativas dos três projetos existentes e previstos para Santa Catarina para o incremento dos transportes por ferrovia. O primeiro deles é a Ferrosul - já em execução, que liga os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mais pela região Oeste, inclusive com conecções com as ferrovias e hidrovias de São Paulo e com Argentina e o porto de Antofogasta (Chile). O segundo é a Ferrovia da Integração (também conhecida como Ferrovia do Frango ou Leste Oeste), que ligaria a região Oeste (divisa com Argentina, Chapecó, passando por Ponte Alta do Norte, Rio do Sul, Blumenau e com o final no Porto de Itajaí). E a terceira, finalmente, seria a reativação da Ferrovia do Contestado (já existente e praticamente desativada), que liga as regiões de Mafra (SC) a Marcelino Ramos (RS), passando por Porto União, Herval do Oeste e Vacaria.

MATÉRIAS-PRIMAS

O deputado entende que as ferrovias são altamente viáveis para o transporte de determinados tipos de cargas, geralmente com menor valor agregado. Seria o caso, por exemplo, de grãos e cereais (que vêm do Mato Grosso e Paraná para o Oeste). Seria o caso também da celulose e do papel, madeira, fonolito botucatú (matéria prima para a fabricação da cerâmica) e outros minerais, combustíveis, calcáreo e adubos, entre outros. "É fundamental que os transportes dos produtos com baixo valor agregado, a grandes distâncias, seja feito por via férrea, hidrovia ou marítima. O transporte rodoviário serviria para alimentar esses ramais estratégicos, além do transporte de materiais com maior valor agregado", defendeu o parlamentar. Outra boa utilização das ferrovias seria para o transporte de passageiros (na mesma linha férrea).

Projeto ainda carece de estudos e de uma maior defesa política

Com relação ao projeto da ferrovia ligando Lages ao Porto de Imbituba, Uczai defende que haja uma maior mobilização política e das lideranças da região na sua defesa e implementação. Além disso, ele entende que é fundamental a reativação do atual ramal férreo sob a concessão da América Latina Logística (ALL), além de uma integração com o ramal que vem do Oeste em direção a Itajaí. "Assim, determinados produtos do Oeste poderiam ser direcionados ao Porto de Imbituba. E haveria ainda a integração com a ferrovia litorrânea, que está com adiantados estudos de viabilidade e implantação. Não vejo como uma linha férrea ligando apenas Lages a um porto tenha viabilidade", falou.

Loreno Siega - Revista Expressiva

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