Lages aparece em 1º lugar em homicídios contra mulheres no Estado e em 17º no país, de acordo com o Mapa da Violência
Dezenas de mulheres e profissionais de segmentos ligados à assistência social e à defesa e proteção aos direitos femininos acompanharam o seminário em lembrança à passagem do Dia Internacional da Mulher, detalhando o tema “Mulher x Violência: No contexto de emancipação”, abordado pela integrante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Caçador, Janeth Anne de Almeida. “A temática é, de certa forma, pesada. A violência contra a mulher é um fenômeno cada vez mais visível e presente, deixando marcas no corpo e na alma. Uma prática, muitas vezes respaldada pela lógica machista e patriarcal, que permanece nas diversas estruturas e segmentos da sociedade”, comenta.
Ela apresentou estatísticas atualizadas e alarmantes sobre o quadro no Brasil. Lages aparece em 1º lugar em homicídios contra mulheres no Estado e em 17º no país, de acordo com o Mapa da Violência. Cerca de cinco mil mulheres são assassinadas (feminicídio) ao ano no Brasil, segundo estudo entre 2001 e 2011, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Janeth destaca que o crime, conjunção carnal, por exemplo, geralmente é cometido por alguém muito próximo (primo, tio, padrasto ou o próprio pai). “E a maior incidência de violência sexual está na faixa entre os 10 e 14 anos”, alerta. A Associação Maria Rosa (Amar), de Caçador, atende mulheres e seus filhos em regime de acolhimento e em 2012 foram 74 mulheres e filhos. “Há uma menina que está em regime de acolhimento. Ela tem uma filha, de 1 ano, concebida pelo próprio pai. Ou seja, o homem é pai e avô ao mesmo tempo. A mãe da garota morreu e ela e os irmãozinhos estão acolhidos. É uma situação extremamente complexa”, exemplifica.
Ferramentas de proteção
Entre as alternativas de auxílio às mulheres, Janeth citou a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República; a Central de Atendimento (180); Denúncias de tráfico de pessoas (100), e Ministério da Justiça, além da interssetorialidade, com a rede de serviços; a Lei Maria da Penha; a Delegacia da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso, e as casas de abrigamento.
O seminário contou com a palestra da coordenadora e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Erli Camargo, também assessora jurídica e pedagógica do Centro de Referência em Direitos Humanos (CDH) Irmã Jandira Bettoni. O tema de sua explanação foi Protocolo de Atenção às Vítimas de Violência de Lages. “No documento constam entidades que compõem a rede de defesa da mulher, as atribuições de cada uma e o fluxograma de atendimento, como os caminhos de um registro de boletim de ocorrência, os papéis da Polícia Militar, Delegacia da Mulher, Instituto Geral de Perícias, Conselho Tutelar. O protocolo está sendo aperfeiçoado e colocado em prática”, resume.
A coordenadora da Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência, Luciane Alves Ozorio, apresentou tópicos referentes aos objetivos deste serviço oferecido em Lages, público-alvo, critérios para acolhimento das mulheres e seus filhos, e tempo de permanência.
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