Coruja coloca em evidência a questão da desigualdade de gênero no país

Com uma questão com texto da francesa Simone de Beauvoir na prova de ciências humanas e a redação com o tema "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira", o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 movimentou os comentários nas redes sociais, no último final de semana.
O deputado Fernando Coruja comentou este assunto hoje, na tribuna da Assembleia Legislativa, colocando em evidência a questão da desigualdade de gênero no país.
Coruja disse que "analisando números sobre o tema fica claro a necessidade de discussão sobre o assunto na esfera educacional". Ele informou que "só neste primeiro semestre de 2015, o Ligue 180, da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, registrou 32 mil relatos de violência. Cerca de 60% destes pedidos de ajuda vêm de mulheres".Num ranking de 84 países, o Brasil é o sétimo que mais mata mulheres.
O assunto tem na Lei Maria da Penha seu passo mais representativo na luta contra as agressões às brasileiras. Sancionada em 2006, foi um marco significativo no combate à prática da violência doméstica no Brasil.Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que houve um recuo de 10% na taxa de assassinatos contra as mulheres no Brasil desde a sua implantação. Até então, o crime era tido como algo de menor potencial ofensivo e julgado junto com brigas comuns, como disputas entre vizinhos.
"Essa lei alterou o Código Penal, permitindo que os agressores passem a ser presos e aumentando as penas. Entretanto, ela não é suficiente, em si mesma, para desconstruir uma realidade. Para alcançar avanços significativos, é importante trazer o tema para o processo educativo, tanto na escola como na família", ressaltou Coruja.