Numa comunidade do interior, nunca se ouviu o bebê de um casal da vizinhança chorar. As reflexões e transformações que todos passam a partir desse fato inusitado são tema do curta-metragem Rio da Madre, com roteiro e direção de Fábio Brüggemann e produção da Magnolia Produções Culturais e Ombu Arte, filmado no interior de Lages em março e que será lançado no Sesc Lages dia 15 de dezembro.
Projeto contemplado com o Prêmio Catarinense de Cinema 2013, o filme é baseado no conto “Riomadrenses”, do livro de mesmo nome do próprio diretor. Trata do silêncio, representado pela criança que estranhamente não chora, numa sociedade isolada em que todos se importam com a vida dos outros mais do que com as suas, cogitam coisas que não existem e o mistério habita o lugar.
Rio da Madre foi filmado inteiramente na localidade de Índios, num sítio que fica em torno de 30 quilômetros do centro da cidade. A produção tem o patrocínio do Sesc Lages e apoio da Secretaria de Turismo e da Fundação Cultural de Lages.
A adaptação do conto para o roteiro do filme reduziu o número de personagens e focou na fábula em torno do bebê. O ponto de contato entre as duas linguagens, a literária e a do roteiro cinematográfico, é a narração em primeira pessoa pelo protagonista Joaquim. “Decidi assumir isso no filme, porque o modo de contar é sempre mais importante, pelo menos pra mim, do que o que se conta. Então mantive o ritmo da narrativa literária na voz off do Joaquim no filme”, diz Brüggemann.
O elenco principal tem Eduardo Hoffmann como protagonista, ator do longa Muamba, de Chico Faganello, do qual Fábio é corroteirista, as atrizes de Florianópolis Barbara Biscaro e Mhirley Lopes e os atores de Lages Adilson Freitas e Lota Lotar. Ao todo, 15 pessoas estão em cena.
A equipe técnica é formada por quase 30 pessoas envolvidas, incluindo o elenco. A produção executiva é de Flávia Person, da Magnolia Produções Culturais. A fotografia de Felipe Vernizzi utiliza técnicas como câmera na mão, com movimentos lentos para marcar a passagem do tempo e do silêncio.
Gabi Bresola, da Ombu, faz a direção de arte se baseando na paleta e em figuras de Marc Chagall. A referência foi usada para objeto e o cenário construído no terreno de um sítio. O figurino foi produzido com roupas emprestadas por pessoas da região ou vindas de brechós.
Num filme que fala sobre o silêncio, o som é um desafio para Marcelo Téo, diretor de som. Todas as cenas, mesmo as feitas de longe, foram tomadas próximas nos diálogos para que o microfone ficasse próximo dos atores, tudo para tentar extrair o silêncio do lugar.
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