A delegada da Polícia Federal, Grazziella Tissiane (foto ao lado), da Delegacia de Lages, concedeu às 15 horas deste sábado entrevista coletiva, na sede do órgão, em Lages, para falar sobre o episódio da prisão da prefeita Marta Góss, de Bocaina do Sul (foto em preto e branco - abaixo), ocorrido na noite de sexta-feira (25/09), por volta das 22 horas.O FLAGRANTE
De acordo com a delegada, dois médicos (Dr. Kurt e Dr. Roque - ninguém soube informar os sobrenomes), que desde março deste ano prestam serviço no Hospital São José, daquele município, teriam formulado uma denúncia àquele órgão, há pouco mais de uma semana. Os médicos são contratados pelo hospital, que por sua vez recebe recursos da Prefeitura de Bocaina, via convênio, para pagar seus respectivos salários.
"COBRANÇA" ESTARIA SENDO FEITA HÁ QUATRO MESES
Os médicos afirmaram na denúncia que a prefeita há pelo menos quatro meses estaria exigindo o pagamento de R$ 2,5 mil do salário de cada um deles, por fora. No último mês, diante da recusa dos mesmos para com essa exigência, ela estaria pressionando os dois para que o fizessem. Orientados pela Polícia Federal, eles teriam então combinado o "pagamento" para a noite da sexta-feira (25/09), na residência de um deles (Dr. Kurt), quando foi efetuado o flagrante da prisão (filmado e gravado - segundo a delegada). Participaram da operação, segundo Grazziella, pelo menos outros 11 agentes, numa equipe chefiada por ela.
R$ 5 MIL NO BOLSO DO CASACO
A delegada disse que no ato da prisão a prefeita não demonstrou resistência, tendo sido encontrados R$ 5 mil, em espécie, no casaco da mesma, dinheiro que teria sido recebido do "pagamento" dos dois médicos. Segundo a delegada, se configurado esse crime - de CONCUSSÃO - estaria previsto no artigo 316 do Código Penal - "Exigir vantagem indevida em função do cargo". Depois de presa, a prefeita seguiu até a Delegacia da PF, em Lages, onde ficou até o início da manhã deste sábado para a lavratura da prisão e demais providências. Em seguida, foi encaminhada ao presídio feminino de Rio do Sul, em uma ala reservada, em cela individual, onde encontra-se até o momento. A delegada encerrou dizendo que a PF tem 10 dias de prazo para a conclusão do inquérito e das investigações e que a ação da PF foi devidamente legal e autorizada, com mandado assinado por um Desembargador Substituto do TJ/SC.
Loreno Siega
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