Curitibanos revive um dos mais trágicos incidentes decorrentes da Guerra do Contestado. Nesta quinta-feira (26 de setembro), completam 99 anos do incêndio que destruiu diversos registros históricos do Município. Em alusão à data, haverá ato público, na quinta-feira (26), em frente ao Museu Histórico Antonio Granemann de Souza, às 15 horas e palestra com o historiador Dr. Paulo Pinheiro Machado na Secretaria de Educação e Cultura, às 19 horas.
Em 26 de setembro de 1914, a cidade foi atacada por um grupo de jagunços, que tinham apoio de inimigos do Coronel Albuquerque, superintendente do município. De acordo com relatos históricos, a intenção do grupo era matar o coronel, que havia fugido para Blumenau. Como não o encontraram, atearam fogo em casas, prédios públicos e estabelecimentos comerciais.
Motivado por vingança pessoal entre os irmãos Sampaio e Pereira contra o coronel Albuquerque, o ataque resultou na destruição de 18 casas, dentre elas, a casa do coronel, a Intendência Municipal, Estação Telegráfica, cinco estabelecimentos comerciais e a Cadeia Pública. Também foram destruídas as instalações do jornal "O Trabalho", de propriedade do coronel Albuquerque. A casa onde funcionava o Cartório não foi queimada porque era alugada, de propriedade de um simpatizante dos jagunços. Foram poupadas, também, as casas que tinham fotos do Monge João Maria.
A operação foi tão bem preparada que não houve nenhuma morte, porém, os danos foram enormes, pois se perdeu praticamente toda a documentação existente até então e a violência representou um grande atraso para a cidade. Em 1937, 23 anos depois do incêndio, apenas 35 novas casas haviam sido construídas.
Paulo Pinheiro Machado
Paulo Pinheiro Machado é professor associado do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFH . É Doutor em História pela Universidade Estadual de Campinas, com Pós-Doutorado na Universidade Federal Fluminense e na Universitat Autonoma de Barcelona. Leciona no curso de graduação e no Programa de Pós-Graduação em História da UFSC. Tem experiência na área de História do Brasil, com ênfase no período do Império e primeiras décadas da República, atuando na área de História Social do Campesinato, principalmente em pesquisas sobre colonização, terras, fronteira agrícola, fronteiras internacionais, Revolução Federalista e movimentos sociais rurais, como Canudinho de Lages (1897) e a Guerra Sertaneja do Contestado (1912-1916).
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