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terça-feira, 7 de maio de 2013

Moranga é festa na serra catarinense


  O último final de semana foi de festa para comemorar a colheita da moranga e a produção agroindustrial na 10ª Feira da Moranga, realizada no assentamento Anita Garibaldi, em Ponte Alta, na serra catarinense.
  Completando, em junho deste ano, 10 anos de vida em coletividade, as 45 famílias assentadas atraíram a população das proximidades de Ponte Alta para conhecer seus produtos e desfrutar da programação, que incluiu seminário, concurso de melhor moranga, shows e apresentações de dança. "É a primeira vez que a Feira acontece dentro do assentamento, o que demonstra a confiança que conquistamos na cidade para representar a cultura da moranga", revelou Juliano Heinle, assentado e presidente da Coopertel (Cooperativa Regional Agropecuária Terra Livre), que comercializa os produtos do assentamento e de cerca de 500 outros assentados e agricultores familiares da região.
  Segundo o prefeito de Ponte Alta, Carlos Moraes, o assentamento não somente representa o cultivo da moranga, como produz outras variedades de hortifruti e também o leite, que movimentam a economia e abastecem a cidade, sobretudo a merenda escolar. "Eles são um exemplo que os outros produtores acabam se espelhando", disse.


Produção


  Um dos destaques da produção no assentamento, a moranga é vendida in natura e na forma de doce, farinha e em sementes saborizadas, após processamento na agroindústria da Coopertel, localizada nas proximidades. A cooperativa também comercializa conservas de pepino, beterraba e cenoura, farinha de milho e feijão com o selo Terra Viva, que agrupa os produtos elaborados nas cooperativas da Reforma Agrária em Santa Catarina. "Trabalhamos com a intercooperação entre as cooperativas. Assim, uma ajuda a outra para obter melhores resultados e aumentar a renda das famílias", revela Vilson Santin, assentado do Anita Garibaldi e um dos líderes locais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
  Presentes nos stands da Feira, cooperativas como a Cooperativa Regional de Industrialização e Comercialização do Meio-Oeste Contestado (Coopermoc), Cooperativa dos Assentados da Região do Contestado (Coopercontestado) e os assentados do projeto Dom José também levaram seus produtos, representando a produção de outras regiões do estado. "Eventos como esse demonstram que a Reforma Agrária produz, gera renda, é viável e está sedimentada em Santa Catarina, tornando-se um exemplo para a sociedade brasileira", conclui Fernando Souza, superintendente-adjunto do Incra no estado.



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