Redivisão de áreas da Polícia Civil é discutida na Câmara

Uma audiência pública com o objetivo de expor as ações desempenhadas pela Polícia Civil e ainda esclarecer a população sobre a Resolução que estabelece a redivisão das áreas de atendimento, implantada há menos de um mês em Lages, foi realizada na quinta-feira (20), no Plenário Nereu Ramos.
Depois de agradecer a oportunidade de vir ao legislativo apresentar as atividades da corporação, a delegada Regional de Polícia, Luciana Rodermel, expôs então, o trabalho realizado e, juntamente com os delegados de polícia, respondeu os questionamentos feitos pelos parlamentares.
Luciana destacou que apesar dos problemas estruturais, como falta de equipamentos, veículos e pessoal, que segundo ela, hoje é de 53%, ou seja, metade do que deveria ser o trabalho da polícia é de qualidade. “Nos últimos dias, o trabalho de investigação realizado pela polícia, resultou na prisão de duas quadrilhas de assaltantes e na elucidação de dois crimes”.
São três delegacias para atender os 70 bairros de Lages, e ainda, as especializadas, como a de Proteção à Criança, ao adolescente, à Mulher e ao idoso, e a Divisão de Investigação Criminal- DIC.
De acordo com a delegada a maior demanda está na 1ª DP, 1523 procedimentos, em seguida a 2ª DP com 194 e, a 3ª DP com 97.
 

Sobre a redistribuição de áreas Luciana defende, e entende que é uma medida eficaz que beneficia a população e a polícia. A resolução foi editada pelo delegado Geral de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Ávila, após parecer da Assessoria Jurídica do órgão. “São vários os fatores pelos quais a gente defende essa resolução, porque com isso, os outros DPs também terão visibilidade estadual e poderão angariar recursos humanos e estruturais”.
Ela afirma ainda, que a medida não faz diferença para a comunidade, porque o registro do Boletim de Ocorrência pode ser feito em qualquer unidade de polícia e na maioria das vezes o fato não ocorre no local onde a pessoa mora ou próximo, então ela poderá ser atendida no Centro ou em um bairro.
Mas a opinião não é unanime entre os delegados de polícia. Márcio Shutz, delegado responsável pela 3ª DP, alegou que depois de um ano e meio, essa é a primeira vez que os delegados se reúnem. Para ele, a resolução é equivocada e não trará benefícios à população. “Foram deslocados procedimentos, mas não houve divisão de recursos, equipamentos, veículos e pessoal”.
 

De acordo com ele, com a redivisão a 3ª DP, localizada no bairro Cidade Alta, incorporou 13 bairros, hoje, é responsável pelo atendimento de 29 bairros, e conta com um delegado e dois escrivães, o que para ele é insuficiente para atender a demanda. “No mês de maio solicitei a delegada regional a contratação de um estagiário para ajudar no atendimento, e depois o deslocamento de pelo menos um escrivão, mas não obtive resposta”.
O delegado da 2ª DP, José Rogério de Castro Filho (Bada), disse estudar o assunto há pelos menos 10 anos, ele acredita que em termos de gestão, o melhor para Lages seria a recentralização dos serviços. “Eu sugiro que seja feita uma revisão dessa resolução, com ampla discussão democrática junto à Câmara, a comunidade, associações de bairros e os Consegs”, disse.
Já o delegado responsável pela 1º DP, Luiz Angelo Moreira, acredita que a modificação era necessária e, que o que se deve discutir agora, é a redistribuição de servidores. “Há uma necessidade de que novos servidores sejam encaminhados tanto para a 2ª quanto para a 3ª DP, porque a demanda deles aumentou”.
Para Gerson a audiência foi proveitosa, porque apesar de a resolução ser interna da polícia a comunidade é atingida pela medida. “Acredito que a discussão deve prosseguir e ser mais ampla, com a participação da prefeitura, desta Casa e de toda a comunidade, para que possamos melhorar ainda mais o acesso das pessoas aos serviços relacionados a segurança”.
Texto: Lizzi Borges